segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Nossa Senhora das Dores


15 de setembro

Mãe e Senhora,

Com certeza, tuas dores não são apenas sete, não porque passaste tua santa vida a sofrer como em vale de lágrimas dolorosas. Ademais, teus filhos te vêem sempre alegre e serena, com teu Jesus pequeno, bem protegido entre teus braços. E, com freqüência, te vemos falando com as crianças, amiga de pastores e pobres, sempre tão dócil e amável.


Mas, com certeza, tuas dores não são apenas sete, aquelas que por teu Jesus sofreste em teus dias na Galiléia.


É que neste mundo grande, às vezes tão confuso e perdido, há certezas que nos consolam na dureza dos dias, no silêncio da angústia e da incompreensão.


Se por Jesus sofreste, Mãe e Senhora, por todos também sofres e suas dores tu as toma nas mãos e as envolve com o bálsamo de teu amor. Pois as dores de Cristo crucificado se prolongaram na exploração, na violência, na solidão, no desespero, na injustiça, no abandono, no desprezo de teus filhos.


E na coroa que te deixaram nas mãos, quando o colocaram no túmulo frio, havia sangue. Era o sangue de Deus que se misturava aos dos homens levados às guerras, à escravidão, ao martírio; sangue dos violentados nos campos de extermínio e de refugiados, nas prisões, dos esquecidos nos asilos tristes, nos orfanatos descoloridos, nos leitos de dor dos hospitais.

São todas nossas dores e parecem intensamente agudas, insanamente crônicas, possivelmente incontáveis.

E como em ti buscamos refúgio, Mãe e Senhora, certamente às duas sete dores já acrescentaste todas as nossas e as apresentaste, confiante, ao Senhor da Vida.

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