segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Nossa Senhora de Bermont


Uma devoção mariana especial de Santa Joana d’Arc. Muitas vezes, o que torna popular uma devoção é o elo entre um santo e a imagem da Virgem preferida por ele.

Uma pastorinha para salvar um grande país
A história de Santa Joana d’Arc é muito conhecida. No auge da decadência da França no século XV, Deus decidiu salvar essa nação filha primogênita da Igreja. E para que ficasse muito claro que era o poder de Deus que fazia isso, e não o poder dos homens, usou como instrumento uma moça, Joana d’Arc.

Ela conseguiu o que parecia impossível: coroar o rei da França na catedral de Reims, e que os ingleses fossem expulsos do país. Convinha para os planos de Deus que fosse uma jovem, não um cavaleiro, e igualmente que ela fosse uma jovem simples.

Joana era pastora em uma cidadezinha simpática, mas minúscula — Domremy. A casa onde ela nasceu está ao lado da igreja, e a basílica de Domremy — construída em fins do século XIX no local onde apareciam a ela São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida — que dista dois quilômetros de sua casa, parece enorme em relação à pequena população local.

Joana era uma típica pastora da época, com muita piedade. Costumava ir a uma pequena capela no meio duma colina, construída no século XII, onde moravam uns eremitas que administravam pequena hospedagem para os viajantes. Joana d’Arc ia todos os sábados a pé da sua casa até a capela, a uns três quilômetros, para levar velas à imagem da Virgem. Esta imagem, conhecida como Notre Dame de Bermont, tem um metro de altura e é talhada em madeira.

Todas as testemunhas dos processos feitos para reabilitar Santa Joana d’Arc são unânimes em afirmar que ela tinha muita devoção a Nossa Senhora representada por essa imagem. Não consta que a imagem tenha sido ocasião de algum milagre, nem sequer que alguém tenha recebido alguma graça especial diante dela. Mas ficou o elo espiritual entre Santa Joana d’Arc e sua imagem preferida. Foi graças a esse elo que a imagem começou a interessar às pessoas.

No fim do século XIX houve na França um surto de patriotismo, e os católicos do país se interessaram especialmente pelas figuras históricas importantes que a nossa Religião tinha produzido, entre as quais Santa Joana d’Arc, que tem um papel de destaque até o dia de hoje.

Nessa época iniciou-se a construção da basílica de Domremy, e começaram as pessoas a ir ver a imagem diante da qual Joana d’Arc tinha rezado.

Com a decadência religiosa posterior, que se acentuou nos anos 60 do século XX, a capela voltou a ser pouco freqüentada, motivo pelo qual foi decidido trasladar a imagem das colinas onde estava para a basílica de Domremy (conhecida como basílica de Bois-Chenu), onde se encontra atualmente.



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